Apocalipse 4 Verso Por Verso

  

    Arquitetos modernos estimam que custaria 87 Bilhões de dólares reproduzir um edifício semelhante ao templo de Salomão no século vinte. Esse extraordinário edifício foi projetado pelo próprio Deus (I Crônicas 28:11-19). Foi o edifício mais magnífico que o mundo já conheceu.
    Neste capítulo, João não estava olhando para o templo de Salomão, mas o seu antítipo no Céu. Ele viu a habitação do Rei dos reis, a glória do trono eterno. Era muito superior às sete maravilhas do mundo. Nada do que já foi construído na Terra podia ser mais do que um pálido reflexo do que ele viu.

1. Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no Céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.

    Uma voz como trombeta: Esta foi a mesma voz ouvida quando ele estava “em espírito, no dia do Senhor” (Apocalipse 1:10). Mais uma vez, João está no Espírito. Não sabemos se era no dia do Senhor.

    Uma visão do trono de Deus: Outros profetas bíblicos tiveram a oportunidade de ver a mesma coisa. “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Isaías 6:1). Isaías viu os anjos cantando “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos.” Ezequiel também teve uma visão do trono de Deus, uma extraordinária cena com brasas de fogo ardentes, tochas, rodas sobrenaturais e criaturas viventes (Ezequiel 1). Estevão, pouco antes de morrer como mártir cristão, pôde ter uma vista da sala do trono de Deus. Ele disse: “Eis que vejo os Céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à destra de Deus” (Atos 7:56).

2. Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;

3. e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.

    Existe um santuário no Céu? A Bíblia não dá apenas pistas sobre um santuário celestial. O livro de Hebreus nos fala especificamente que ele existe. O Apocalipse o menciona 14 vezes como estando localizado no Céu. Ele é chamado de “santuário que está no Céu” (Apocalipse 14:17), “o santuário de Deus no Céu” (Apocalipse 11:19) e “o templo do tabernáculo do testemunho... no Céu” (Apocalipse 15:5). O trono de Deus, o qual está no interior do templo celestial, é mencionado 40 vezes. O santuário celestial é o elemento central da mensagem do Apocalipse.

    O jaspe e a sardónica: O jaspe, diferente de muitas pedras preciosas modernas com esse nome, era resplandecente e cristalino (Apocalipse 21:11). Seu brilho retrata a santidade de Deus. O flamejante e rubro jade pode ser um símbolo da Sua ira vingadora.

    O arco-íris ao redor do trono: O arco-íris da promessa de Deus era um símbolo de Sua misericórdia infalível. Ele foi um sinal do concerto de Deus garantindo que Ele nunca mais traria um dilúvio sobre a Terra (Gênesis 9). Aqui ele denota um concerto de graça, por meio do qual a igreja fica a salvo do derramamento da ira de Deus pelo sangue de um mediador.
    O arco-íris estava ao redor do trono. Qualquer que fosse a direção em que Deus olhasse, Ele podia ver esse sinal da Sua promessa para nós, dando-nos a certeza de que os dilúvios da Sua ira nunca irão surpreender os Seus filhos, mesmo quando os Seus inimigos forem varridos pelo dilúvio de destruição.

4. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.

    Quem são os 24 anciãos? O rei Davi dividiu o sacerdócio típico em vinte e quatro turnos, e essa ordem ainda era usada no tempo de Cristo. O santuário terrestre, o seu sacerdócio e serviços eram típicos do celestial, “uma parábola,” “uma figura das coisas que se acham no Céu” (Hebreus 9:9, 23 e 24).
    Os 24 anciãos não podiam ser anjos caídos, porque eles estavam "vestidos de vestes brancas” e “tinham sobre a cabeça coroas de ouro”. Eles tinham passado por um conflito e obtido a vitória. As coroas de ouro eram os louros do vencedor. Eles haviam sido redimidos pelo sangue de Cristo (Apocalipse 5:8-10).

    Duas maneiras pelas quais o ser humano pode chegar ao Céu:

      1. Transladação. Somente dois homens, de acordo com o relato bíblico, foram para o Céu por meio da transladação: Enoque e Elias.

   2. Ressurreição. Moisés foi ressuscitado e levado para o Céu logo após o seu sepultamento, e os discípulos o viram falando com Jesus no monte da transfiguração (Judas 9, Marcos 9:2-4).
    Os 24 anciãos podem muito bem ter sido os que ressuscitaram com Cristo e com Ele subiram como as primícias da Sua vitória no Calvário (Mateus 27:50-53, Efésios 4:8).

5. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.

    Relâmpagos e trovões: São símbolos do julgamento divino.

    Sete lâmpadas: Sete é o número da perfeição. O texto diz que as sete lâmpadas de fogo “são os sete Espíritos de Deus”. A obra completa do Espírito Santo é representada em Suas múltiplas operações investigando todas as coisas, atuando em todos os lugares com Seus julgamentos e poder purificador.

6. Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.

    Quatro animais: Wycliffe foi o primeiro a usar o termo “besta”, uma tradução infeliz. “Criaturas viventes” seria a tradução mais apropriada. Os seres estão no espaço diante do trono e ao redor do trono. O propiciatório do santuário tinha dois querubins cobrindo o trono divino. Deus tem Seus mensageiros e assistentes especiais (Salmo 68:17).
    A carruagem de Deus é descrita como possuindo rodas vivas “como o fogo ardente”. Essas criaturas viventes vão e voltam aparentando ser rápidas como o “relâmpago” (ver Salmo 18:10, Ezequiel 1 e 10, Daniel 7:9 e 10). Aqui está uma vívida descrição feita por uma escritora do século 19:

De cada lado do carro de nuvem existem asas, e debaixo dele se acham rodas vivas; e, ao volver o carro para cima, as rodas clamam: “Santo, ” e as asas, movendo-se, clamam: "Santo, ” e o cortejo de anjos clama: “Santo, santo, santo, Senhor Deus todo-poderoso ” (Ellen G. White, O Grande Conflito, 650-651)

    As funções desses querubins são “guardar” e “vigiar”. A primeira vez que eles são mencionados é em Gênesis 3:24, onde são ordenados a “guardar o caminho da árvore da vida”.
    Israel marchou pelo deserto sob as quatro bandeiras do leão, do novilho, do homem e da águia. Foram esses os seus vigias, sua proteção, símbolos do poder mediante o qual eles foram protegidos e guiados. As quatro criaturas viventes representando os querubins, portanto, são os vigias, os guardas, os protetores do trono de Deus. Dois desses seres são chamados de querubins cobridores “ungidos”.

7. O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.

    Um leão: 28 vezes, no livro do Apocalipse, Jesus é referido como um Cordeiro. Neste capítulo, Ele é chamado de Leão. Jesus é o “Leão da tribo de Judá”.
    Assim como o leão é o rei dos animais, Jesus é o Rei dos reis. Suas qualidades de rei são apresentadas no livro de Mateus, que começa com uma genealogia de Jesus. A árvore genealógica é importante para um rei.
    Você não se torna um rei por ambição, treinamento ou grau de escolaridade. Você pode chegar a ser presidente por meio da política, mas a única maneira de tornar-se um rei é nascer como rei. Jesus nasceu em Belém, de linhagem real, nascido para ser rei.

    Um novilho: Quão diferente de um leão rugidor é um humilde bezerro, ou um boi. Ele é um animal de serviço. Jesus veio à Terra “não para ser servido, mas para servir”. Toda a Sua vida foi de serviço. Ele chegou até a lavar os pés dos Seus discípulos.
    O segundo dos quatro evangelhos apresenta este aspecto do ministério de Jesus. Marcos não nos fornece uma genealogia. Ao contratar um servo, você não se interessa pelas origens daquela pessoa, quem são os pais, seus avós e muito menos sua árvore genealógica. O que interessa é se ela pode dar conta do serviço. A pessoa pode ter a origem mais humilde, mas, se for esforçada, a origem não tem a menor importância.

    Rosto como de homem: Jesus não é apenas o “Filho de Deus”, mas em Sua encarnação Ele tornou-se o “Filho do homem”.
    Como Filho de Deus, Ele é eterno, sem um começo, e "cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5:2). Como o Filho do homem, Ele teve um começo. Ele é o “Filho unigénito”, “o primogênito de toda a criação”, ‘nosso irmão mais velho”. Ele quis assumir nossa natureza humana, tentado em tudo, como nós somos (Hebreus 4:15). Como o Filho de Deus, Ele é totalmente divino. Como o Filho do homem, Ele é totalmente humano.
    O terceiro evangelho, Lucas, O apresenta como um Homem, e dá a Sua genealogia na ordem inversa daquela encontrada em Mateus. Seres humanos precisam de uma árvore genealógica. Lucas começa com Jesus e vai de volta até Adão, mas não para ali.

E Cainã de Enos, e Enos, de Sete, e Sete, de Adão, e Adão, de Deus (Lucas 3:38).

    A passagem não diz que Adão era filho de um girino, ou filho de uma ameba, ou filho de um macaco. Ele era o filho de Deus. Jesus é uma parte da nossa árvore genealógica.

    Uma águia voando: Se João tivesse escrito em nossos dias, ele teria visto um avião a jato de grande altitude. Em seus dias, a águia era o ser que voava mais alto. Uma águia podia voar tão alto a ponto de tornar-se apenas um ponto no céu.
    Vemos aqui a enorme altura do nosso Salvador Jesus Cristo. O evangelho de João O apresenta como Deus. Ele é divino. Não é simplesmente um anjo, mas Deus. Deus não precisa de genealogia. Na verdade, Ele não pode ter uma. Ele não tem ancestrais, nem avós, nem pais. O primeiro capítulo de João apresenta Jesus como Deus. Ele está muito acima de tudo o que podemos ver ou compreender.

8. E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
9- Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
10. os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que Se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
11. Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas.

    O oratório da criação: No próximo capítulo, temos o oratório da redenção. O oratório da criação deve preceder o oratório da redenção. A criação é o fato mais fundamental de toda a História. E o alicerce de todos os atos de poder, sabedoria e amor de Deus. Ela é a primeira razão para a adoração, louvor e ação de graça. Não há evolucionistas modernos entre os adoradores diante do trono de Deus. Embora muitos na Terra estejam conferindo a glória da criação ao acaso ou à lei natural, ao redor do trono de Deus no Céu a glória da criação é dada ao Criador de todas as coisas.

    Digno és, Senhor: Os anjos do Céu nunca cessam de louvar a Deus, dia e noite. Jesus é a figura central da sua adoração. Por que eles O louvam? Eles O conhecem intimamente. Eles O têm conhecido por séculos sem fim, e estão sempre impressionados. Se houvesse algum defeito em Seu caráter, eles o saberiam.
    Se você quiser realmente conhecer o caráter de uma pessoa, indague os que convivem com ela. O que os seus filhos pensam a seu respeito? Qual é a avaliação daqueles que estão sempre em sua companhia? Uma vez, pediram a George Whitefield a sua opinião sobre uma pessoa, ao que ele respondeu: “Nunca vivi com ele.”
    Os anjos que vivem com Jesus não encontraram nEle nenhuma falta. O veredicto unânime é expresso livremente, em forma de um alegre cântico. Eles vivem entre o que há de melhor na sociedade, onde todos são perfeitos e maduros, livres de qualquer preconceito. Eles não se consideram dignos, e conferem somente a Jesus o título de “digno”.



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